Catarata na infância Congênita

Catarata na infância Congênita

A catarata é a opacificação do cristalino, lente natural transparente que possuímos dentro do olho, que tem a função de focalizar os objetos. Apesar de frequentemente acometer idosos, segundo relatórios da Organização Mundial da Saúde (OMS), a catarata é uma das principais causas de cegueira infantil tratável e passível de prevenção.

A catarata leva a uma baixa visão do olho acometido que, geralmente, só pode ser melhorada com a realização de cirurgia. Quando acomete crianças assume maior gravidade, se não tratada rapidamente, a baixa visual pode se tornar irreversível pelo desenvolvimento de ambliopia, que é uma falha no desenvolvimento da capacidade de enxergar (ver material informativo próprio sobre ambliopia).

Existem dois tipos de catarata: a congênita (infantil), presente no nascimento ou que aparece imediatamente após; e catarata adquirida, que ocorre mais tarde, e está normalmente relacionada a alguma causa específica como traumas ou doenças sistêmicas. Ambos os tipos podem ser unilaterais ou bilaterais, parciais ou completas (totais). Muitas cataratas congênitas são de causa desconhecida; algumas são geneticamente herdadas, outras são secundárias as doenças infecciosas intrauterinas (rubéola, toxoplasmose, citomegalovírus e sífilis) ou metabólicas, ou ainda associadas a variadas síndromes. Além do trauma, outras causas de catarata adquirida incluem a uveíte (inflamação intraocular), infecções oculares adquiridas, diabetes e drogas (principalmente corticosteroides tópicos ou sistêmicos).

O sinal visível de uma catarata congênita avançada é a leucocoria (pupila esbranquiçada). Outros sinais são: estrabismo, nistagmo (situação em que o olho apresenta movimentos involuntários rítmicos em diversas direções) e microftalmia (olho de tamanho menor que o normal).

O tratamento deve ser o mais precoce possível e depende do tipo da catarata, sua localização, intensidade, grau de comprometimento visual, idade da criança e presença de outras alterações oculares associadas.

A retirada cirúrgica da catarata pode ser realizada por várias técnicas (facectomia extracapsular, lensectomia via pars plana, facoemulsificação), com implante ou não de lente intraocular. A técnica utilizada depende das características da catarata e de diversos fatores como a idade do paciente, presença da catarata em um ou ambos os olhos, e malformações associadas.

Uso de óculos, lentes de contato e oclusores, além da correta estimulação, são fundamentais para o desenvolvimento visual da criança. Sem estas medidas e total comprometimento dos pais, mesmo uma cirurgia tecnicamente perfeita, pode resultar em uma criança com visão muito baixa.

Importante 

Uma forma de triagem da catarata infantil é o teste do reflexo vermelho (teste do olhinho) realizado ainda na maternidade pelo pediatra/neonatologista. Os melhores resultados de cirurgias para cataratas congênitas são observados quando são realizadas nas primeiras 12 semanas de vida da criança.

Crianças em uso de corticosteroides, principalmente por tempo prolongado, devem ser avaliadas por oftalmologistas para investigação de cataratas e glaucomas. Prevenção das doenças infecciosas congênitas, principalmente rubéola e toxoplasmose, podem diminuir significativamente o número de crianças acometidas pela catarata infantil.